O acentuado crescimento que a energia solar distribuída vem apresentando no Brasil e particularmente no Rio Grande do Norte representa um movimento de grande importância, pois, ao mesmo tempo, em que contribui para a diversificação da matriz energética, através de uma fonte de energia limpa e renovável, representa uma significativa economia para famílias e empresas.
Ao mesmo tempo, esse expressivo crescimento (9,61% ao mês na quantidade de sistemas conectados à rede de energia elétrica em 2021 no RN), apresenta oportunidades e desafios.
Oportunidades para investimento das empresas, geração de empregos e fortalecimento principalmente das micro e pequenas empresas potiguares; também para instituições como SENAI, SEBRAE e IFRN investirem na capacitação técnica e empresarial dos profissionais e empresas que atuam no setor; oportunidades para o setor financeiro, que se vê diante de um grande mercado para financiamento, em operações que, pelas suas características, parecem apresentar baixo risco de inadimplência; e, finalmente, para centenas de profissionais, pela grande quantidade de empregos gerados em um setor que apresenta crescimento contínuo e que, ao mesmo tempo, requer especialização.
De igual modo, esse panorama representa um desafio técnico, operacional e financeiro para as empresas que atuam no mercado, dado o crescimento acentuado que este vem apresentando, de forma a assegurar os melhores níveis de produtos e serviços a serem ofertados aos seus clientes.
Há, ainda, um desafio adicional importante, para a concessionária de serviços públicos de energia elétrica, a COSERN, integrante de um grande grupo empresarial internacional (NEOENERGIA/IBERDROLA), de investir em melhorias tecnológicas, operacionais e de recursos humanos, de forma a atender com a qualidade e tempestividade que lhe é requerida para prestação de serviços dentro dos prazos determinados pela legislação.
Para 2022, estima-se um crescimento ainda maior do que o verificado em 2021, esperando-se desses atores a atenção requerida pelo crescimento do setor, muito acima do que vem sendo experimentado pela economia do país e do estado nos últimos anos.
José Maria Vilar
Economista, consultor e vice-presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis – APER