Brasil entra no ranking dos dez países com maior produção de energia solar

Brasil entra no ranking dos dez países com maior produção de energia solar

O Brasil está em 8º lugar no ranking mundial de países com mais energia potencial acumulada da fonte solar fotovoltaica. De acordo com informação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), esta é a primeira vez que o País entra na lista dos dez maiores geradores desse tipo de energia no mundo. No final do ano passado, o Brasil registrou 24 GW de potência operacional solar. Neste ano, a energia solar é a segunda maior na matriz elétrica nacional. Apesar de ter entrado no ranking, essa é uma área ainda em crescimento, mas que já se mostra como uma alternativa sustentável a ser usada como complemento para outras formas de energia.

 

Atualmente, são mais de R$ 128 bilhões em investimento nessa área. Segundo José Roberto Simões Moreira, professor de pós-graduação em Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli) e de Energia do Instituto de Energia e Ambiente da USP e também membro do Laboratório de Sistemas Energéticos Alternativos e Renováveis da Poli, o avanço rápido nessa atividade se deu por várias razões, dentre elas, “o próprio custo da tecnologia, que vem caindo consideravelmente. Desde a virada do milênio, os preços dos painéis fotovoltaicos são bastante acessíveis comparados aos do início do uso dessa tecnologia e também a eficiência desses painéis vem aumentando consideravelmente; hoje nós temos mais de 20% de eficiência em termos de painéis comerciais”.

A presença de uma legislação que regula esse mercado também é um ponto importante: “Hoje o consumidor pode instalar painéis fotovoltaicos na sua residência ou comércio e ele tem a garantia de que a regra do jogo não vai mudar. Existe uma regulação que começou em 2012 e existe uma garantia de que ele pode instalar e ficar tranquilo que não vai ser penalizado”, acrescenta.

Os benefícios

Para o pequeno ou médio consumidor e também para o uso residencial, o uso da energia solar pode ser vantajoso, já que os painéis são integrados à rede elétrica e conseguem medir o uso e a quantidade de energia produzida, de forma comparativa. Assim, mesmo que se produza mais do que se usa, o sistema oferece compensações, como a possibilidade de armazenar a energia e utilizá-la em períodos noturnos. “A legislação permite que você seja compensado, então, se você gerou mais, você é compensado”, esclarece Moreira. O professor também elucida que o retorno do investimento feito nessa infraestrutura pode retornar ao comprador em torno de cinco anos, ao passo que os painéis têm uma vida útil de até 20 anos.

Num país como o Brasil, onde a produção energética é contínua e variada, especialmente nas usinas hidrelétricas e térmicas, a energia solar ainda é novidade com o seu funcionamento periódico. Para o professor, esse é um ponto de atenção: “Durante o dia vai ter um um excedente, e talvez ela [energia solar] possa entrar como um economizador de água nas hidrelétricas.” Portanto, não é uma alternativa que substitui, mas complementa outras formas de produção já estabelecidas no Brasil.

Uma das formas de se trabalhar a energia solar é pela energia solar concentrada, que possui muitas oportunidades de investimento. “Você usa refletores parabólicos, espelhos, etc., e você pega uma área de radiação por 10 metros quadrados e concentra em meio metro quadrado ou menos. E, aí, você consegue ter temperaturas muito elevadas, e você pode produzir vapor de água para a indústria, por exemplo.” Esses e outros usos da energia solar, além da fotovoltaica, têm sido objeto de estudos na área.

FONTE: Jornal da USP no Ar